(para Roque, meu irmão desde sempre)
Sim, sim, meu menino
Segue o vento
E corre o tempo em cabriolas
Passa a infância
Pés descalços na varanda
Um quintal que já não há
Uma banda amputada de passado
Ai, minhas fulores
De mandacaru
Branquinhas, bem branquinhas
Ao breu da noite
(e à voz adocicada de meu pai)
E logo à luz
Ao claro céu do alvorecer
Enegrecidas
Murchinhas, encolhidas
Pelo chão
Nada dura
Além de nós.
*Inspirado no soneto "A casa", de Roque Pinho