terça-feira, 28 de julho de 2009

Acalento

(para Roque, meu irmão desde sempre)

Sim, sim, meu menino
Segue o vento
E corre o tempo em cabriolas
Passa a infância
Pés descalços na varanda
Um quintal que já não há
Uma banda amputada de passado
Ai, minhas fulores
De mandacaru
Branquinhas, bem branquinhas
Ao breu da noite
(e à voz adocicada de meu pai)
E logo à luz
Ao claro céu do alvorecer
Enegrecidas
Murchinhas, encolhidas
Pelo chão
Nada dura
Além de nós.

*Inspirado no soneto "A casa", de Roque Pinho

2 comentários:

  1. Ó, conexão total!

    Há aqui tudo o que não disse, mas pensei durante...
    Complementos infindos!
    Lindo!

    Um beijo saudoso!

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  2. hhmmm que aconchegante esse poema!!

    qdo vou te mostrar "cinza" musicada?!

    =*

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