sábado, 23 de janeiro de 2010

Seculário

O ruído dos anos atravessa o corredor
Ressaltado pelo silêncio, ecoa
Por entre frestas
Ressoa grave em cada vão
- imensidões desabitadas -
Atrás das portas
Há ferrugem nas trancas
E a memória, adormecida, em suspensão
A pesar os ares, feito pó,
É matéria secular de desalento
A embaçar as janelas - olhos fundos –
O tempo corrói o assoalho
Em meu peito, casa vazia
A ruir

5 comentários:

  1. "A mesma e única casa, a casa em que eu sempre morei"

    Besos!

    ResponderExcluir
  2. "Em meu princípio está meu fim.(...)
    As casas vivem e morrem: há um tempo para construir
    E um tempo para viver e conceber
    E um tempo para o vento estilhaçar as trêmulas vidraças (...)" (T.S.Eliot, East Coker)

    ResponderExcluir