terça-feira, 16 de março de 2010

Ares das Mercês

Dedicado ao centro da cidade do Salvador,
“Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...”
(Mário Quintana, O Mapa)

Era uma tarde de março
Depois da manhã

Sobrados de quase memória
Fachadas de mim

Era uma sombra de som
O vento nas folhas

Curva de céu ao redor
O centro oco

Era um capricho de fé
A cruz fincada

Cinzentas andanças de sol
Tudo era pouco.

11 comentários:

  1. aiai...
    Esse arrepiou mais que xero no cangote. rs
    bjo!

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  2. Vejo esse poema através da janela do seu quarto!

    Um beijo!
    Saudades!

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  3. O mar que afoga essa cruz e o sol que se põe sobre ele. Janela aberta como o coração de quem habita esse refúgio meio ao centro sujo. “talvez de meu repouso...”
    lindo creuris!

    até amanhã, assim espero. beijo

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  4. Maris, você escreve desenhando...beijo grande.

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  5. Sempre encontro dificuldades para comentar boas poesias, até falei para o Murilo esta minha falta. Mas esta sua poesia, Mariana, evoca uma sinestesia tão ao gosto do vivenciado da sagrada Bahia que somente apreciando que posso colocá-la em seu devido lugar: uma poesia encantadora. Abraços.

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  6. fiz uma interpretação linda do que li.
    e mesmo que não tivesse feito,
    belas palavras.

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  7. ah, pois seja sempre bem-vinda baiana :)

    o reino das palavras agradece sua doce visita!

    um bom dia e muita luz!

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  8. À mercê das Mercês.
    (E do Campo Grande/Vitória
    e do Largo Dois de Julho
    e do Relógio de São Pedro
    do São Bento)
    Que a mão do poeta
    nos saude.

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