domingo, 24 de julho de 2011

Malmequer

É um passo preguiçoso
Pela rua deserta que me alcança
Meu amor que não chega
É cansaço, descrença, destino
É quedar de desenganos
Na virada da esquina
Sempre incerta, sempre sua
Meu amor que não pode
Sua voz sussurrada de perto
É a flor desse desejo
Sempre aberta, sempre sua
Malmequer despetalado
Aquele verso calado
Meu amor que não fala
É segredo, meu vestido novo
Para ninguém, guardado
Seu olhar sempre disperso
Meu amor que não vê
É assim, uma saudade sem sal
Meu mal, meu bem, triste e sorrindo
É amor o meu amor que não é.

3 comentários:

  1. é o amor que passou,
    e a espera do que
    há de vir...
    esperar sempre me consome!


    Lindíssimo poema, como sempre!

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  2. temos falado das flores, hein? e de nossa dor na caminhada. um beijo.

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  3. Sempre projeto a imagem de "malmequer como me'alma'quer" (troco a posição do “a” e do “e”), sem ter tido a chance de o fazê-lo em versos. Bem-ditos são os poetas pois deles serão o reino do amor de dizer alem do dito e quando não, o dirão outros poetas. "É amor o meu amor que não é"... bela imagem deste amor, meio Narcísico meio Prometeico... "olha-se sem ver cresce sem querer"...

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