Morena, os passos ligeiros, o pulso firme. Minha mãe era silêncio. Trazia nos olhos uma marca indelével de ternura, logo soube: atrás deles morava uma menina magrelinha, pequenina, distraída com as mãos sempre sujas de tinta. Aprendi sua voz. Observei. No seu tempo, sem que ninguém lhe pedisse, floria. Cantarolava pela casa. Pintava bichinhos pelos panos. Abria as janelas. Num sopro de paz e solidão, também não tardei a descobrir: minha mãe mora em mim.
Paralisa
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Antes de começar
havia a lembrança triste
Borrada na trama
Esquecida ali numa mancha
Cinzenta da massa amorfa
Aquela da menina sentada
Atrás de t...
Há 17 horas
Lindo, Mari.
ResponderExcluirAhhhh, nossa infância! Sutil!
ResponderExcluirEu vejo sua mãe, chego a ouvir o seu cantarolar. A poesia traz para gente, leitor, os acontecimentos que já se foram, a vida que passou e se renova a cada momento. A imagem traz a cena, de novo.
ResponderExcluirParabéns.
Luiz Dias