terça-feira, 27 de julho de 2010

Avesso

Silêncio na sala, me tenho só
As horas dormem
Por dentro das horas
O sono repousa calmo
No corpo da casa
Em mim, pelo avesso
Lívida insônia contradita
É noite - em claro -
A solidão desliza no meu corpo
Lânguida, por dentro
Mansamente
Caminha só - em si -
Morna, discreta
Faz silêncio sob a pele
Palavra muda
Desvigiada
Me cala
Por dentro.

7 comentários:

  1. Oi, Mariana!!

    Esse silêncio que por vezes não sai dos nossos ouvidos... Há uma poesia inédita de Vinícius que diz:

    "É o amor que te fala
    É o amor que se cala
    E que despetala
    A flor do silêncio"

    Abraço!!!!

    ResponderExcluir
  2. Pura tensão!
    Ora aninhando-se, até as horas por dentro delas, ora emergindo, até a pele.
    Para onde será que caminha?
    Onde será que repousa este “morno silêncio”?
    Muito expressivo, sináptico , sintético.

    Cesz

    ResponderExcluir
  3. Ela voa por aí
    ou o vento que a leva
    para longe,
    numa lufada
    que arrasta essa menina,
    tão leve menina
    das asas de fada.

    Sopro qualquer é fita
    que tira de perto de mim
    essa criatura mais leve que o ar,
    que eu peno em tocar
    mas não alcanço
    pois não sei voar
    na mesma altura.

    ResponderExcluir
  4. eita, moça! quantas voltas bonitas. há movimento no silêncio...

    ResponderExcluir
  5. Que bonito. Parabéns pela leveza de alma. Poucas pessoas conseguem.
    Me visita?
    Um beijo.

    ResponderExcluir
  6. "Faz silêncio sob a pele"... Bonito esse seu canto.
    Um beijo

    ResponderExcluir