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pouso meus olhos nos teus
desperta de um sono
tudo faz silêncio
dentro da noite espedaçada
e nada... nada reluz
além do mistério da entrega
(meu desespero espalhado na noite dos teus cabelos
o delírio nas mãos sedentas de enlace
a palavra bebida no canto da boca
tudo o mais é abismo
tudo escurece
dentro da noite sem fim
só o desejo segue certo
flutua desperto no emaranhado da noite
imprime nos olhos direção)
pouso meus olhos sozinhos no teu corpo
vivo e vasto e posto em volta de mim
devolvo o olhar ao que me resta:
minha pele despida
impregnada de espanto.