“Mas como as espumas flutuantes levam, boiando nas solidões marinhas, a lágrima saudosa do marujo... possam eles, ó meus amigos! - efêmeros filhos de minh’alma - levar uma lembrança de mim às vossas plagas!”
(Castro Alves, Espumas Flutuantes; prólogo)
Tua memória permanece
Baldia, latente, revirada
Foram caminhos de mar
Trilhados sem rota
Em madrugadas despertas de silêncio
Aqueles teus passos tão meus
O mar amanhecendo à nossa vista
- indecifrável como sempre -
Flutua ainda uma névoa azulada de mistério:
Em que maré se foram rumar
Rebatidas de cansaço
Nossas solidões?
É tarde, eu sei
É muito tarde, caminho
Por ruas longínquas
De terra firme sob os pés,
Mas permanece inalterado
O mar imenso de saudade
Daquele tudo
Que não ousamos.