(para Vitor, meu amor amigo)
Que esse cansaço torto
Se debruça como um cão à minha porta
Mas vem assim, para mim
De olhos abertos
Nesta manhã vagarosa
Agudamente terna
E desata tua dor
Às claras
Sobre meu colo de chumbo
Andaremos sim
Por aí, sem direção
A recordar
Sem esforços
As noites pardas pelas ruas
A fumaça a enovelar nossas cabeças
Como num sonho
De momento
Em que nos percamos
Eternamente.
:)
ResponderExcluirEram dois que se faziam perder, porque só se encontra o que não se tem as mãos, ao alcance dos olhos, coisa difícil de perceber ou que nem existe sem o ofício de nossa imaginação. É coisa boa perder-se. Há um tanto de leveza na perdição mútua tal como em sonho compartilhado, preceptor de desejos e angustias; também um tanto de ternura no fazer dos perdidamente apaixonados, inda que a paixão seja a vida, o laboratório de ciências, a sala de estar, o violãozinho e as tantas idéias de uma conversa sem previsão de fim (se perguntar, nem se sabe o começo).
Na hora de bater a porta, beijo de canto de boca. Esses dois não são de rosto impassível, nem de boca lasciva. São dois perdidos de afinidade e imaginação. "Risos".
Bora tomar uma cachaça com limão e mel hoje. Pra curar minha tosse!
Vitor
Me ensina a escrever assim?
ResponderExcluirQue lindo, Maris.
Carinho