É um pedaço de alma a palpitar na garganta
migalhando virar grito,
sapateiam no estômago,
vão subindo efervescentes
palavras incógnitas
assim, arranhando o céu da boca,
cócegas aflitas
num frêmito sem fim,
sem merecer ganhar o ar
assim, como poesia no escuro do quarto
martelando o pensamento,
sem merecer nem o papel
assim, passarinho na gaiola,
goela rouca de cantar
sem merecer nem céu de chuva,
a imensidão fora das grades,
cavalos soltos no porão
sem saber o que é arreio
amiúde nesse meu peito
de eterna iminência
de não-sei-o-quê.
Beleza há de vir
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Vou achar a brecha
Que religa os pontos
Não tomarei falta de mim
Mesmo que tarde
Vou amanhecer
Há uma semana
A agonia atropela até vírgulas e maiúsculas!Rss
ResponderExcluirGostei muito da forma como você expressou essa sua AGONIA.
ResponderExcluirÀ medida que fui lendo, pude sentir esta agonia tresloucadamente palpitante, e, além da sua típica profundidade poética, ficou visível para mim, ainda que indiretamente, uma implícita alusão ao poema "A idéia" do grande Augusto dos Anjos... Salve Salve !!
Perfeito poema Maninha, beijão !!
Rss.. caramba, Déo.. tem a ver mesmo..Eu amo homenagens, mas esta foi absolutamente inconsciente!rss
ResponderExcluir=***
Falei-lhe sobre meu último parto e vejo agora a semelhança entre nossas crias!
ResponderExcluirSua "Agonia" está intrínsecamente plotada em minhas "Ausências"...
Nos pedaços de alma, nos porões, enfim...
Beijooo!!