terça-feira, 13 de setembro de 2011

Karma drama

Escuridão ao redor
Tempo ao revés
O amor
A resistir bravamente
E tudo o mais num vão

Vagueia o tato
A decifrar contornos na penumbra
Ilusão, sentido, matéria
Voragem desconcertante do nada
Um Eu fatigado, a questão
E tudo o mais se destroça

Resta um impulso:
Mergulhar em si
(No tempo roubado do tempo
Na pausa ritimada do pulso)
Afundar em contorção
Feito serpente pelo chão
A esfolar a pele morta

Num clarear da visão:
Um princípio, um fim e a passagem
(Exatamente no meio)
Um oceano revolto a chacoalhar um cais
Onde o infinito inteiro
Aporta.

2 comentários:

  1. AMOR E CRENÇA

    Sabes que é Deus? Esse infinito e santo
    Ser que preside e rege os outros seres,
    Que os encantos e a força dos poderes
    Reúne tudo em si, num só encanto?

    Esse mistério eterno e sacrossanto,
    Essa sublime adoração do crente,
    Esse manto de amor doce e clemente
    Que lava as dores e que enxuga o pranto?

    Ah! Se queres saber a sua grandeza
    Estende o teu olhar à Natureza,
    Fita a cúp’la do Céu santa e infinita!

    Deus é o Templo do Bem. Na altura imensa,
    O amor é a hóstia que bendiz a crença,
    Ama, pois, crê em Deus e... sê bendita!
    (Augusto dos Anjos)

    Lindo poema, Mari! No revés do drama(ilusório), me veio esse soneto. #saudade

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