“O perdido coração enrija e rejubila-se
No lilás perdido e nas perdidas vozes do mar
E o quebradiço espírito se anima em rebeldia
Ante a arqueada virga-áurea e a perdida maresia
Anima-se a reconquistar (...)”
(T.S. Eliot, Quarta-feira de cinzas)
Foi quando a noite se abateu sobre nós dois
Que tuas cores ressurgiram avivadas
Sobriedade, tons amenos misturados
Na extata medida do que são
Daqui de dentro, observo atenta cada passo
Eu vi e vejo, amor, tudo o que passa
E sei que uma semente permanece
Ávida por rebrilhar em novas cores
Num tempo indefinido além de mim, além de nós
Uma herança eterna atravessa o dia e a noite
Perfura a escuridão como uma flecha
Desenhando nosso amor pelo infinito
E quando tremo a observar tua canção,
Passos no tempo desta breve caminhada,
Quero ter uma manhã reinventada,
Arder pela coragem de gritar,
Como quem em plena escuridão
Clama por um dia antecipado:
- Renasce, meu amor,
Eu te suporto!
Mas é noite, amor, ainda
Ainda não.
Olá, Mariana!
ResponderExcluirA poetisa, como sempre, não se poupa em ir às profundezas com seus escritos. Muito legal o texto.
Interconexão: Enquanto a noite não passa "Quero dormir sob um céu estrelado, oxalá, com noite enluarada; dormindo, eu e o tempo não existiremos..."
Abraço!
“Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
ResponderExcluirComo se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã”
Tudo que emana de vc me encanta. Lindo creuris!
beijo
"Passos no tempo desta breve caminhada,
ResponderExcluirQuero ter uma manhã reinventada"